Hoje fui almoçar ao restaurante Perninha, e posso dizer que a experiência foi... memorável, mas não pelos melhores motivos. Logo ao sentar, trouxeram-nos pão para as entradas, mas era tão grosso que parecia mais um desafio de força do que um aperitivo. Ao pedir umas febras, estava à espera de algo mais típico, mas o que me serviram foi um bife do cachaço. Parece que a especialidade da casa é o famoso jogo "Adivinha o que vais comer!".

A carne, apesar de saborosa, vinha com tanto sal que poderia fazer concorrência ao Mar Morto. As batatas fritas que acompanharam o prato estavam tão ensopadas em óleo que quase precisavam de um colete de salvamento. A meio da refeição, quando já tinha vencido metade do prato, lá apareceu uma travessa de arroz, talvez como um prémio de participação... ou quem sabe, mais uma surpresa no nosso jogo.

Os meus colegas de mesa, que pediram bacalhau, também não escaparam. O peixe vinha tão salgado que parecia ter sido resgatado diretamente de uma salina.

E para completar a experiência, o ambiente no restaurante era tão barulhento que, por momentos, pensei que tínhamos entrado numa peixaria em plena hora de ponta. Entre o tilintar dos talheres, as conversas aos gritos e o som da televisão no fundo, mal dava para ouvir os nossos próprios pensamentos. Se a ideia era uma refeição tranquila, este certamente não é o local ideal.

Depois de tudo isto, pensei que, pelo menos, o café poderia salvar o dia. Engano meu. O café vinha tão amargo e queimado que só faltava o sabor de carvão para completar. Foi o último toque numa refeição cheia de surpresas, nenhuma delas particularmente agradável.

E como se todas estas peripécias não fossem suficientes, ao pedir a fatura, nem isso conseguiram fazer como deve ser. Entre erros no valor cobrado e dados incorretos, foi preciso quase tanto esforço para corrigir a conta quanto para mastigar aquele pão das entradas.

Resumindo, almoçar no Perninha foi como participar num episódio de um programa culinário com desafios surpresa: cheio de reviravoltas, mas infelizmente sem o sabor esperado. Se planeiam lá ir, aconselho a levarem um coador de óleo, uma balança de sal, tampões para os ouvidos, açúcar extra para o café e uma calculadora, porque nunca se sabe o que vai aparecer no prato — ou na fatura!