O português Francisco José da Graça, natural da Vila de Chaves, chegou a Maceió entre 1812 e 1814. Vinha de Goiana, Pernambuco, onde era comerciante e tinha casado com Maria da Assunção Ferreira da Graça. Poucos anos depois (1819), foi escolhido em eleições municipais como Procurador da Vila de Maceió.
Tendo recursos, construiu um sobrado de três faces na esquina da Rua do Comércio com a Rua da Rosa (depois Rua do Livramento e Rua Senador Mendonça), o ponto mais central da vila. A sede do governo funcionou neste local até 1902, quando foi inaugurado o Palácio do Governo no Largo dos Martírios. Este prédio, antes de ser demolido em 1940, recebeu o Instituto Comercial e o Colégio Dias Cabral.
Em 5 de setembro de 1887, tomou posse como presidente da Província o paulista Antônio Caio da Silva Prado. O advogado Caio Prado, como era mais conhecido, era filho da aristocracia cafeeira e não se sentiu à vontade em se hospedar no velho Palácio Provincial.
Para o Orbe de 7 de setembro ele tinha razão: “O palácio do governo está de tal ordem imundo que não se presta a uma habitação para gente que está acostumada à decência, falta tudo: e para fazer-se ideia aproximada da imundície o exm. snr. Presidente da província não pôde com sua família pernoitar no palácio; e consta-nos que está resolvido a fixar residência no chalé do snr. Cardoso Sobral, onde permanece”.
Assim, a primeira residência oficial do governo a se instalar em Alagoas passou a ser o palacete do deputado Antônio Cardoso Sobral na Rua Barão de Anadia, 14. Ficava em frente à Estação Ferroviária e mais tarde passou a ser a residência do bispo.
Para o palácio, onde faltava tudo, foram comprados “um aparelho de chá e um terno completo de bandejas, terno de bandejas que existiam novas quando o snr. dr. Amphilophio deixou a administração”, denunciou o O Orbe. Anfilófio Freire de Carvalho governou Alagoas de 7 de outubro de 1885 a 26 de março de 1886.
O Palácio do Governo
Inauguração do Palácio do Governo em 16 de setembro de 1902
Esse palácio também não estava agradando ao governador Gabino Besouro (governou de 24 de março de 1892 a 16 de julho de 1894), como deixou claro na mensagem dirigida ao Congresso Alagoano em 15 de abril de 1893: “Sentimos grande falta de prédios para nossas repartições públicas. A casa que serve atualmente de palácio do Governo e onde também funcionam a secretaria do Interior, o Senado e o Tribunal Superior de Justiça, é um edifício antigo, já estragado, sem cômodos, de más condições higiênicas, alugado à razão de 3 contos de réis anuais, tendo sido esse aluguel anteriormente a 1º de julho do ano passado de 4:800$000”.
Gabino Besouro indicava como solução a construção ou aquisição de prédios apropriados a servir de palácio do Governo e para as repartições. Seguindo este objetivo, e com a aprovação das Leis nº 30, de 26 de maio de 1893, autorizou a construção do novo palácio do governo, na Praça dos Martírios.
Após a desapropriação e demolição do sobrado de propriedade de Antônio Ferreira Pinto e de D. Maria Felícia Ferreira, a pedra fundamental foi lançada no dia 14 de setembro de 1893, obedecendo a projeto arquitetônico e execução do engenheiro militar alagoano Carlos Jorge Calheiros de Lima.
Menos de um ano depois, com a deposição do governador Gabino Besouro, no dia 16 de julho de 1894, o ritmo da obra foi reduzido. Somente foi retomada a construção quando Manoel Gomes Ribeiro Júnior, o Barão de Traipú, assumiu o governo em 17 de outubro de 1894.
Os novos engenheiros que assumiram a obra neste período — Adolpho Lins, Firmino Theotônio Morada, Francisco Severiano Braga Torres e Luiz Manoel Gonçalves — fizeram modificações no projeto original, a ponto de descaracterizá-lo completamente.
As obras foram paralisadas novamente com a saída do Barão de Traipu do governo, em 12 de junho de 1897, só retornando no governo de Euclides Vieira Malta, desta feita sob a responsabilidade do arquiteto Luiz Lucariny, autorizado pelo governador no dia 12 de junho de 1900.
A...
Read moreFoi para mim, historiador, uma surpresa agradável voltar a visitar o Museu Palácio Floriano Peixoto e sentir a atmosfera de um lugar amplo e agradável e a visão da Praça, da Igreja dos Martírios engalanada pelas 102 bandeiras dos municípios alagoanos. Na sala de reuniões do governador com o secretariado pensei nos momentos desagradáveis por que passou o governador Sebastião Marinho Muniz Falcão durante o abjeto processo de cassação do seu mandato legitimamente conquistado ao vencer Afrânio Salgado Lages. O palácio continua belo e ao lado da Igreja dos Martírios constitui um referencial do histórico sítio. Também tive a oportunidade de apreciar a sala dedicada ao ilustre filóloego alagoano Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. De modo geral, o Museu está muito bem conservado. E no seu hall, há sempre exposições dos trabalhos dos artistas da terra. Estão, pois, de parabéns o diretor do Museu e demais servidores pela limpeza e excelente manutenção do belo exemplar neoclássico.
Adendo:
Notas: A Praça dos Martírios foi inaugurada no dia 24 de dezembro de 1908, já contando com iluminação elétrica. Após a inauguração, a praça exibia vinte postes de bronze e 40 bancos no estilo “art-noveau”. O destaque da nova praça era o monumento ao Marechal Floriano Peixoto, a presença do marechal na Praça era tão importante que logo ela deixou de ser dos Martírios para ser a Praça Floriano Peixoto. A primeira reforma da Praça dos Martírios se deu 1936. No início dos anos 60, quando Luiz Cavalcanti era o governador e Sandoval Caju o prefeito de Maceió, a Praça sofreu nova intervenção. Desta feita foi construída a Galeria Rosalvo Ribeiro. O Palácio Floriano Peixoto teve sua pedra fundamental lançada em 14 de setembro de 1893, mas só teve as obras concluídas em 1902 e, coroando as festividades da Emancipação Política de Alagoas, em 16 de setembro de 1902, o Palácio foi inaugurado. Em 1947, por meio do Decreto Estadual n° 417, de 17 de outubro, assinado pelo governador Silvestre Péricles de Góes Monteiro, o edifício oficial, residência e palácio do governo, passa a denominar-se Palácio Floriano Peixoto. Desde o ano de 2006, o prédio é sede do Museu Histórico de Alagoas, sua inauguração oficial ocorreu no dia 18 de maio de 2006, durante o mandato do vice-governador Luiz Abílio de Souza Neto. O Museu é hoje parte integrante do “conjunto arquitetônico dos Martírios”, tombado pelo Patrimônio Estadual. O acervo do Museu Palácio Floriano Peixoto é constituído basicamente do mobiliário dos séculos 19 e 20, prataria, cristais e objetos decorativos, de quadros dos...
Read moreO museu está decadente ,só tinha 02 salas que podiam ser visitadas . Segundo historiador que nos recebeu informou que antes ali funcionava como casa dos governadores e cada um que passava por la ,ao irem embora levavam os acervos . Que ridiculo ne ? Eu acreditei nessa tese , pois vivemos no Brasil e o museu estava um caos ,nem parece ser um museu . Quase não tinha acervos . Até a sala de Aurélio (dicionario) estava muito pobre de acerrvos . O espaço é grande ,mais nao tem cara de museu .uma pena para o estado de Alagoas que so pensa em vender as praias de Maceió e esquece de contar a historia em si do estado ,da capital . Resumindo : não recomendo a visitação , a não ser que você queira ir comprovar o...
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