O Forte do Cão é uma fortificação costeira que foi erguida junto à foz do rio Âncora, sobre uma pequena elevação rochosa, de modo a cruzar fogos com o vizinho Forte da Lagarteira e proteger a vila e a baía que ali se forma. Classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1967, é um exemplo que nos prova que classificar imóveis não significa garantir o seu bom estado e proveito: a pobre fortificação tem sido sujeita a um contínuo assédio por parte dos elementos e, a cada Inverno, degrada-se um pouco mais sem que isso cause preocupação.

De planta estrelada, é composto por uma bateria semicircular de tiro a barbete virada ao mar e apoiada por quatro redentes de formato triangular. As muralhas tiveram outrora guaritas e talvez um pequeno fosso e ponte levadiça diante da porta-de-armas, hoje despida das armas nacionais que certamente ostentava. No interior, abre-se uma pequena parada onde se alinham as casas da guarnição: cozinha, arrecadações, paiol, casa do comandante e dormitório.

Foi construido por volta de 1690 e a sua planta é idêntica à de outros fortes da região mandados construir pelo rei Dom Pedro II. Ao que tudo indica, funcionou de maneira intermitente, sendo armada e guarnecida só em épocas de ameaça. Abandonada em definitivo em meados do século XIX, foi alvo de escavações entre 1979 e 1983, aguardando pacientemente um merecido restauro e uma reutilização condigna do monumento que é.