Se estiver a visitar o centro do Marco de Canaveses, e caso não seja apreciador de arquitectura contemporânea de carácter religioso, este é um dos poucos, senão o único local a visitar...A única questão é que só está aberto durante a semana, pois inexplicavelmente não abre aos fins de semana (?!) Portanto, se estiver interessado em conhecer a diva da cultura popular brasileira e não quer perder tempo na internet a pesquisar sobre o assunto ou ir ao Rio de Janeiro, está no sítio certo! Sobre o museu, infelizmente, e porque de facto era difícil, o discurso expositivo e lógica museológica não apresenta uma linha unificadora que oriente os conteúdos exibidos e os relacione com o território em que se insere. Sobre o território, pouco ou nada se explora, havendo uma parede, na sala principal (!), com textos e mapa do território, com algumas "curiosidades" cujo teor e valor expositivo é de reduzida qualidade, sendo muito pouco informativo. Há também um spot interativo para explorar...A título de exemplo, nessa parede, sobre a freguesia de Soalhães, os autores sinalizam o Penedo de Cuba como sítio de destaque...ilustrando-o com uma fotografia de pormenor de dois batólitos graníticos (!?) Acontece que este sítio arqueológico não tem condições de visitabilidade, não tem percurso sinalizado, não tem qualquer tipo de informação no local e, diga-se, não tem qualquer tipo de estrutura visível e/ou outro qualquer elemento de destaque que o justificasse. É de facto um sítio arqueológico com enorme potencial científico que forneceu espólio excepcional de enorme valor expositivo e informativo sobre as populações pretéritas! A exceção ao que acima se ilustra será pois o espólio etnográfico herdado do antigo museu, com algum upgrade, acompanhado com extensíssimas legendas/textos, que permitiu criar uma componente etnográfica dedicada a algumas tradições locais... Quanto à exposição permanente, é de facto uma verdadeira homenagem à diva da cultura popular brasileira. Está bem concebida, é informativa, é instagramavel, tem bons conteúdos, é imersiva, interativa e possui longos textos para ler, caso queira. No entanto, os autores não conseguiram concretizar a ligação entre Cármen Miranda e Marco de Canaveses, ligação que se esgota no facto de ter nascido no concelho em 9 de fevereiro de 1909. Para além desse, nada mais consta! Ao que parece, a história é simples: "The brazilian bombshell", também conhecida como "A Pequena Notável", nasceu em 9 de fevereiro de 1909 em Marco de Canaveses. Com 10 meses (!) chegou ao Rio de Janeiro com seus pais e sua irmã Olinda, indo morar em São Cristóvão. Foi uma cantora, atriz e dançarina que se destacou tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos entre as décadas de 1930 e 1950, tornando-se um ícone do samba e da cultura brasileira (e não do anho assado com arroz de forno acompanhado com um belo vinho Vilacetinho, ou outro da região). Carmen ficou famosa pelos seus trajes exóticos e seu chapéu de frutas, que se tornaram na sua marca registada. Mais, no livro “O ABC de Carmen Miranda” (BRITO, 1986:69), uma coletânea de diversos depoimentos da artista, contém a seguinte afirmação: “Nasci em Portugal, mas me criei no Brasil e, portanto, considero-me brasileira. O local do nascimento não importa, nem sequer o sangue. O que importa é o que os americanos chamam de "environment", a influência do país e dos costumes em que vivemos, se bem que sempre existe um grau de gratidão e fidelidade aos pais que nos geraram. Da minha parte, sou mais carioca, mais sambista de favela, mais carnavalesca do que cantora de fados [...]”. Resumindo, Carmen Miranda descartou qualquer portugalidade e nunca mencionou o Marco de Canaveses ou sequer visitou Portugal (!) Como tal, não se compreende a necessidade de enaltecer uma figura totalmente associada ao Brasil e à cultura brasileira (nada contra o Brasil, adoro o país e sua cultura), quando o território de Marco de Canaveses é rico em história, arqueologia e tradições milenares, com uma profunda ligação à nacionalidade e originalidade cultural,...
Read moreNunca pensé que una canción me llevaría hasta aquí. Pero fue “Dreamworld: Marco de Canaveses”, de David Byrne y Caetano Veloso, la que encendió la chispa. Una melodía suave, misteriosa, que hablaba de un lugar del que apenas había oído hablar… y de una mujer que tal vez era, o no, Carmen Miranda.
Y aquí estoy. En su tierra natal.
Marco de Canaveses, discreto y tranquilo, guarda ahora un secreto a voces: un museo dedicado a Carmen Miranda que no es solo homenaje, sino revelación. Abierto en 2024, el espacio es tan vibrante como ella, pero también íntimo, lleno de detalles que cuentan una historia de ida y vuelta entre continentes, culturas y ritmos.
Lo más inesperado: en el suelo del museo, la letra entera de “Dreamworld”. Como si la canción que me trajo hasta aquí hubiera estado esperando. Como si este lugar reconociera no solo a la mujer real, sino también al mito que sigue creciendo en la música, en el arte, en la memoria.
Marco de Canaveses ya no es solo un nombre en una canción. Es un rincón del mundo que ahora forma...
Read moreIncredible place for an amazing woman. Carmem Miranda was born in Marco de Canaveses and migrated to Brazil very young. There, she became a pop star. So big that she had to move to Beverly Hills, where she passed away at 46. Our host at the Museum, Licínio, did a great job in guiding us. Congratulation to all involved in...
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