Recém-inaugurada, a "Cidade da Música da Bahia" ocupa o conhecido casarão de azulejos azuis que há dois anos se encontrava sob ruínas, como ainda se encontra a parte posterior da edificação (observem a foto aérea). Portanto, a "Cidade da Música da Bahia" é obra que nasce sob escombros pandêmicos. Emerge para solidificar a Praça Visconde de Cayru como um círculo de história, cultura, arte e fé, pois ali temos o Mercado Modelo, o Elevador Lacerda, além da Igreja da Conceição da Praia um pouco mais adiante. Sem falar que o sobrado ao lado se encontra em revitalização para abrigar o que estão anunciando como Casa da História e Arquivo Público de Salvador. A "Cidade da Música" se constitui de quatro pavimentos, incluindo o térreo, onde, além da bilheteria, temos uma cafeteria, uma loja de suvenires e uma biblioteca. Dialogando excessivamente com a tecnologia - o que traz vantagens e desvantagens - os espaços expositivos que ocupam o primeiro, segundo e último pavimento, revelam-se em degradê: do mais escuro ao mais iluminado. O primeiro apresenta cubos suspensos que resguardam telas que exibem vídeos com história da musicalidade de vários bairros soteropolitanos: do subúrbio ferroviário a Itapuã. Como são vários e embora ouçamos bem quando diante do escolhido por nós; na área de trânsito coletivo, entretanto, há uma certa poluição sonora que alinhada à escuridão, deixa-nos um pouco atordoados. Contudo, o primeiro pavimento conta com uma imensa sala retangular com três telas projetadas na largura da mesma, em dois do lado e num piso elevado, onde são reproduzidos os vídeos exibidos lá fora. Ali podemos assisti-los em poltronas fixadas na extremidade, opostas uma à outra. O segundo piso nos é apresentado menos escuro e pouco mais colorido, graças à decoração inspirada na obra do pintor e tapeceiro soteropolitano Genaro de Carvalho. É o pavimento que reverencia a Tropicália. Não à toa, Caetano, Gil, Gal e Bethânia asseguram ali cabinas exclusivas. O último piso, é o destinado a quem quer se aventurar em cantos e danças. No pavimento térreo, embora anunciada como "coração da Casa da Música", a biblioteca ali mais parece um setor de exposição de livros. Encontra-se ao lado da cafeteria. Portanto, em área que carece da tranquilidade exigida por espaços de leitura. No entanto, palavras suspensas alusivas à cultura iorubá, corriqueiras entre candomblezeiros, ornando o ambiente, torna-o impactante. Pena que não sobrou espaço para nos contar a história daquele casarão antes, bem antes, do que viria a se tornar em...
Read moreEu nao coloquei amei, porquê falta alguns detalhes para ficar ainda melhor, mas surpreendeu absurdamente minhas expectativas. Explicado minha nota, vamos começar, de fato, a minha experiência. Existem 3 andares e cada um com subtemas, óbvio que o tema desse museu é a música, mas cada patamar mostra algo para além da música em si. Comecei do terceiro andar para o primeiro. O terceiro existe uma espécie de estúdio para karaokê - se eu não me engano são 5, sendo uma de trap. Lá vc e seus amigos escolhem a música, cantam e é gravado um vídeo onde é enviado para o seu email. Além desses espaços, tem um estúdio mesmo, onde tem vários instrumentos, eles fazem uma apresentação bem legal sobre os instrumentos que lá se encontram. Passando para o segundo andar, existem cabines contando a história de alguns músicos, poetas, tudo relacionado a música, a Bahia e a música na Bahia. Além dessas cabines, existem 3 salas maiores. Uma que é como uma boate, onde você pode dançar ou simplesmente sentar e curti as músicas. Outra que fala tudo sobre a Orquestra Sinfónica da Bahia e a terceira sobre alguns artistas da Bahia. Já no primeiro andar é sobre 44 bairros de Salvador e a relação com a música. Existem vários totens com as divisões dos bairros e uma sala enorme (uma espécie de cinema) com a apresentação de todos os bairros. No térreo tem uma biblioteca, um midiateca, uma lojinha e um café.
Eu me encantei demais, mas enfrentei alguns perrengues, porquê toda a interação é feita pelo celular. Você se conecta ao wi-fi deles ou pelo site e faz a interação por lá. Mas no meu celular não consegui conectar nem o wi-fi e nem no meu 4 g eu conseguia acessar o site deles. No de minha amiga toda hora caia. Então a experiência fica um pouco prejudicada, mas nada que acabe com a beleza e a magia do local. Eu indico muito, principalmente para quem ama música.
Para idosos, estudantes e soteropolitanos temos a opção de pagar a metade. E salvo engano, dia de quarta-feira é gratuito.
Seguem as fotos e vídeos dessa...
Read moreO espaço é de grande contribuição para a cultura da cidade de Salvador, do ponto de vista que nos imerge em um conteúdo vasto e rico. No entanto, ao meu ver, o espaço não cumpre com a função de inclusão social a partir da necessidade de que as interações com os totens, cabines e karaoke, ocorram somente se o usuário possuir celular, conectado a internet, com leitura de QR CODE e saiba usar a tecnologia. Considerando que há uma faixa da população que não apresenta essas características, o espaço acaba por excluí-los. Ademais, alguns usuários se mantém conectados ao sair do espaço, não permitindo ao próximo acessar o conteúdo ( comigo aconteceu isso ao acessar a sala do Karaokê e usar os totens dos bairros - alguém já havia conectado e quando saiu não desconectou).
Sugiro que em um momento oportuno possa ser pensado a transformação das telas em touch screen, podendo executar os vídeos diretamente a partir delas, sem a necessidade de uso de celular.
Uma outra sugestão (e peço perdão se será ingênua até pelo pouco conhecimento que possuo) é que as salas tenham um roteiro, pois acessar as cabines livremente, as vezes, acaba por não construir uma imersão logica. Por exemplo, os totens dos bairros, poderiam começar dos mais antigos para os mais novos ( na medida do possível), pois aí teríamos uma âncora histórica datada para seguir como referência. O mesmo sugiro para as cabines com os artistas, apesar de alguns serem de mesma época, sabemos que há, na história da música, alguns movimentos que foram importantes, datados e de grande transformação na Bahia. As cabines poderiam tentar seguir essas ordens, desde os que iniciaram a construção da história da música até atualmente.
Como disse, são somente sugestões de alguém leigo e de maneira alguma quero dizer que esteja algo errado quanto a essa organização porque não tenho propriedade. Talvez não tenha entendido a proposta e peço desculpas por isso.
No mais é uma experiência agradável, rica de informações e que deveria ser...
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