Igreja Santa Efigênia dos Pretos

Chegar até a Igreja Matriz de Santa Efigênia não foi uma tarefa tão fácil, pois ela está bem no topo da ladeira de Santa Efigênia.

É preciso estar com o preparo físico em dia para subir até o alto da Ladeira de Santa Efigênia, onde fica localizado o templo.

É uma subida tão extensa que faz parecer que você está pagando uma promessa.

Mas valeu cada esforço, pela experiência proporcionada pela visitação, também, pela vista privilegiada da cidade.

Essa igreja mostra a realidade do racismo do século XVIII, dá pra imaginar como era a vida naquela época, os santos são todos negros.

No teto do altar-mor, há uma representação de um papa de cor negra; será que é o Rei do Congo, Calanga que estaria ligado à história da Igreja?

A Igreja de Santa Efigênia destaca-se pela história ligada aos negros escravos.

Conhecida como Igreja de Santa Efigênia dos Pretos, ou ainda de Igreja de Nossa Senhora do Rosário do Alto da Cruz, ou ainda Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos faz parte do conjunto arquitetônico barroco de Ouro Preto na parte mais antiga do velho bairro do Padre Faria.

Fica situada no topo de uma colina e acessível por ladeira íngreme, abrangendo uma larga visão sobre a cidade.

A igreja, que ficou popularmente conhecida como “Igreja do Chico Rei”, foi um ponto turístico abrangente escolhido para conhecer devido ao seu contexto sócio-histórico: um dos poucos templos católicos construídos para serem frequentados pelos negros no período do Ciclo do Ouro.

A igreja apresenta uma arquitetura barroca e seu interior é de encher os olhos com tamanha riqueza de detalhes e ornamentos em ouro, trazendo imagens que fazem referências aos santos mais célebres do sincretismo afro-católico, como São Jorge.

Também é possível identificar, no altar-mor e nos altares laterais, outras simbologias que remetem à religiosidade africana.

A vista do topo recompensa o esforço e a parada para fotos é estratégica para retomar o fôlego.

De acordo com a história, a Igreja Matriz de Santa Efigênia foi construída pelo escravo alforriado Chico Rei e sua tribo com o ouro tirado da Mina da Encardideira (Mina do Chico Rei), e era uma das poucas que podia ser frequentada por negros.

Em seu interior, a imagem de Nossa Senhora do Rosário é atribuída a Aleijadinho é rica em detalhes e possui muitos elementos simbólicos da cultura negra.

A igreja tem localização privilegiada e se destaca na paisagem de Ouro Preto, podendo ser vista de vários pontos da cidade.

No alto da rua de Santa Efigênia, a igreja setecentista reina na paisagem.

O caminho, por uma enorme ladeira, está entre os mais cansativos para quem percorre Ouro Preto à pé, e ao final, como se não bastasse, ainda resta uma grande escadaria. Haja fé...

Segundo as tradições locais, o dinheiro para a contrução teria vindo das minas de Chico Rei, negro alforriado.

A igreja demorou seis décadas para ser concluída e contou com o trabalho de diversos artistas, entre eles se destacam Manuel Francisco Lisboa (pai de Aleijadinho) e Francisco Xavier de Brito.

No interior da igreja, chama a atenção o belo trabalho no altar e também a imagem de um papa negro pintado no forro, junto a outros elemento da cultura afro.

Na fachada da igreja, um grande relógio de pedra, considerado um dos mais antigos de Ouro Preto, destaca-se junto ao sino.