Muitos documentos apontam que as ruínas hoje existentes são da edificação chamada ‘Ermida de Santo Antônio do Guaibê’ originalmente erguida em 1550, às margens do Canal de Bertioga, pelo português José Adorno e sendo, portanto, um sítio histórico dos mais antigos do país.
O nome da Ermida remete ao santo de devoção e ao local onde a mesma foi implantada. Isso porque, originalmente, a Ilha de Santo Amaro se denominaria Guaibê. Há controvérsias se a palavra é Guaibê, Guaimbê ou Guaíbe. O pesquisador Olao Rodrigues registra em várias obras que Guaíbe é palavra paroxítona, isto é, com acento na penúltima sílaba, e não oxítona, com acento na última sílaba.
Também há controvérsias sobre o significado da mesma. Há quem afirme que seria "cipó de amarrar", sendo o cipó uma vegetação existente em grande quantidade na ilha de Santo Amaro e, por isso, esta seria assim conhecida pelos indígenas locais, outras hipóteses dizem que o nome significaria “ilha do sol” ou “lugar de caranguejos”.
Esta capela do século XVI foi o local que servia à catequização dos índios tupiniquins que habitavam a região. No local, o padre José de Anchieta teria rezado missas e proferido catequese aos índios, facilitando a convivência entre estes e os portugueses durante o governo de Tomé de Souza.
O local foi redescoberto pelo escritor Mário de Andrade no dia 1/11/1937. Em carta ao Diretor do Serviço do Patrimônio Histórico Nacional (SPHAN, atual IPHAN) Rodrigo de Mello Franco, ele descreve ter encontrado ruínas do que ele pensou ser o Convento de São João: “são cem metros quadrados de morro trabalhado em pedra, tudo construção de pedra, e provavelmente mesmo, as aparelhadas vindas de Portugal”. Na ocasião, a cruz de pedra, da frontaria dessa igreja (sete pedras no total) teria sido retirada e levada ao Museu do Ipiranga. Na verdade, Mário de Andrade estava descrevendo as ruínas da Ermida (ou capela da Armação de Bertioga).
No entanto, um documento consultado no Arquivo do IPHAN/SP afirma que a capela existente, hoje em ruínas, não é aquela construída pelos irmãos Adorno no século XVI, mas sim outra erguida pela Armação de Baleia no século XVIII. Tal informação estaria, segundo o documento, respaldada por pesquisa realizada pelo próprio órgão, a qual não foi localizada na seção dos arquivos dedicada a este sítio específico.
Partindo-se dessa afirmação, pode-se supor que: (i) a ermida original estaria nesse mesmo local, tendo sido substituída ou incorporada por outro conjunto arquitetônico com a implantação da Armação de Baleias dois séculos depois, (ii) que seus vestígios tenham desaparecido, (iii) ou que ainda estejam por ser descobertos em algum outro local nas proximidades, junto com o referido Engenho de Santo Antônio.
A Ermida de Santo Antônio do Guaibê é tombada pelo CONDEPHAAT através do processo 20075/76 e resolução de tombamento publicada no DOE em 10/12/1977. A inscrição no Livro do Tombo Histórico é de número 123, p.21, de 3/7/1979.
Como resultado do diagnóstico participativo, em relação à Ermida, notou-se que até pouco tempo atrás a comunidade ainda fazia uso da estrutura remanescente para fins religiosos. Uma das moradoras entrevistadas na Prainha Branca, uma senhora de 75 anos, afirmou ter sido crismada naquele local.
Segundo ela, os padres jesuítas vinham às ruinas anualmente no dia de Santo Antônio, limpavam e faziam manutenção da Ermida. Desde que eles pararam de vir, a situação de manutenção do local teria piorado.
Durante uma das oficinas houve o relato de que o cruzeiro de pedra foi levado ao Museu Paulista (Ipiranga) e que, mais recentemente, a Pedra do Altar também teria sido retirada e levada para lá.
A comunidade questionou como esses vestígios foram levados e como saíram do município, demonstrando interesse na repatriação dessas peças. As pessoas relataram que a escada pode estar sofrendo desmoronamento devido ao abandono e/ou fluxo de visitação intenso.
Fonte: Plano de Manejo APA Serra do...
Read moreLugar mágico. Construído em 1560 a Ermida era utilizada pelos padres (incluídos José de Anchieta e Manoel da Nóbrega) para catequizar os índios. O lugar não aparenta estar sendo conservado, está tomado de mato alto nas imediações e vândalos gravaram seus nomes em algumas pedras. Lá não possui NENHUM placa indicando o que foi o lugar, qual o seu valor histórico, nada! Apenas uma plaquinha dizendo que é patrimônio. O início da trilha é o mesmo para a Praia Branca, porém logo nesse início tem uma bifurcação sem sinalização. Já próximo à ruína tem outra bifurcação, seguir reto vai para ruína, manter à direita vai para a Praia Branca (sinalizada por uma plaquinha improvisada de madeira, escrita com uma tinta já gasta). A trilha é bem fácil e vale a pena conhecer o lugar. Após a visitar, para retornar e ir direto à Praia Branca, pode-se "subir" na última bifurcação com a plaquinha de madeira, porém, você chegará a uma situação que deverá escolher entre direita ou esquerda e lá não tem sinalização, mantenha-se à direita e logo encontrará a trilha original que leva até a Praia Branca, essa parte da trilha é mais difícil pq é uma subida. Outra opção é voltar e caminhar pela trilha da Praia Branca desde o início (para ir...
Read moreLugar espetacular! Conhecer a História da região, a comunidade e sua simplicidade, encanta qualquer um... Vale a pena.
Aqui, o Padre José de Anchieta no século XVI viveu parte do seu sacerdócio. Teve a missão de tentar um acordo de paz entre tupinambas e os tupiniquins aliados dos Portugueses. Foi nessa região que os Tupinambás , temidos pelos rituais antropofágicos e que vinham do litoral norte (Ubatuba) , capturaram o Alemão Hans Staden, que ficou famoso ao publicar um livro narrando suas aventuras desse período. Show!!! Pena q uma história tão rica abandonada pelo poder público, mesmo após Anchieta ter sido canonizado.
Texto de Orlando Sales...
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