Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário se diferencia das demais igrejas da cidade por conta de sua fachada arredondada, que se compara às igrejas europeias.

A nave e a capela-mor em formato de duas elipses, o frontão contracurvado e as torres cilíndricas são algumas das características que a tornam singular.

Embora seu interior seja simples, vale a pena incluir em seu roteiro essa visita, pois apenas a igreja São Pedro dos Clérigos, em Mariana, possui estilo parecido no Brasil.

A Irmandade do Rosário foi fundada primeiramente na Matriz de Ouro Preto e só alguns anos depois pôde construir um templo próprio.

Localizada no Largo do Rosário, essa Igreja se diferencia das demais pelo designer arredondado, o que a torna ainda mais interessante.

Seu interior não é rico em ouro, mas é muito colorido, com muitas pinturas.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário é considerada como a expressão máxima do barroco colonial mineiro, ela tem o frontispício cilíndrico.

Essa igreja, de construção diferenciada, nem sempre está aberta e fica em uma região nem sempre frequentada por turistas.

É ela um dos melhores exemplares de templos construídos pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos em Minas Gerais e um dos principais bens históricos de Tiradentes.

Igreja essa, construída para os negros!

A mais antiga igreja de Ouro Preto em local bucólico e amplo, que guarda a devoção e a fé dos escravos que trabalhavam em sua construção nas noites de lua cheia.

A construção foi refeita em alvenaria e a posição do sino manteve a solução tradicional de Tiradentes, com a sineira incorporada ao corpo da igreja.

Devido ao trabalho de cantaria, não apresenta aparência de fragilidade das capelas de adobe.

A sobriedade da fachada com seu belo frontão terminado em duas robustas volutas de cantaria e o trabalho da portada, lhe conferem um ar imponente, apesar de não ser um templo de grandes proporções.

Sobre a portada, colocada em um nicho, está a imagem de São Benedito, um dos mais populares santos negros na colônia.

Completando o conjunto decorativo da capela-mor, o forro traz uma pintura ilusionista que representa São Francisco de Assis e São Domingos recebendo o rosário de Nossa Senhora, muito provavelmente foi executado na primeira metade do século XIX.

No coroamento do retábulo, há uma tarja com uma lua em baixo-relevo.

A representação da lua junto a iconografias de Nossa Senhora tem como referências: a citação da representação da Virgem no Apocalipse – “um grande sinal apareceu no céu, uma mulher vestida de sol, a lua debaixo dos pés e uma coroa na cabeça” Ap 12, 1 ; a frase do Cântico dos Cânticos - “Quem é esta que aparece como a alva do dia, formosa como a lua, brilhante como o sol, imponente como um exército com bandeiras”.

Os dois altares colaterais, com pouca talha são pintados em cores fortes, sendo o da direita dedicado a São Benedito e o da esquerda a Santo Antônio de Cartagerona ou do Noto, ambos santos negros.

Estas peças são a interpretação provinciana do estilo D. João V e devem ser originárias da antiga capela.

O forro da nave é dividido em quinze painéis e suas pinturas representam os mistérios do Rosário e outros três se referem às invocações da ladainha de Nossa Senhora do Rosário.