A primeira vez que visitei este prédio foi por volta de 1970, eu tinha uns 12 anos e ali era a garagem dos carros da ECT, os Correios e Telégrafos.
Meu primo, Geraldo Mangeroti, era motorista em BH e foi levar uma equipe para fazer reparos na linha do telégrafo perto de Itatiaia e fui junto em passeio.
O prédio, Casa dos Contos, fora uma grande aventura para mim que, livre e solto na minha infância, logo alcancei o que agora chamam de Sótão ou o último piso, como um amplo e belo mirante para uma boa parte da antiga Vila Rica, principalmente no vale do Córrego do Pilar que desce do antigo Jardim Botânico em direção á Igreja de NS do Pilar, do Padre Simões; grande amigo meu. Saudades, meu Padre!
Lá, no sótão, era um depósito de muitas coisas empilhadas que hoje sei que eram raridades históricas e que com certeza foram descartadas ou pilhadas como tantas outras de Ouro Preto.
Pois bem, lá no alto achei uma porta escorada com uma mesa, que "rapidim", "facim-facim" arrastei e vi uma escada também com entulhos mas mesmo assim, fácil, passei por eles e desci a tal escada saindo numa sala um piso abaixo. Fora uma aventura fantástica para mim.
Imagine a surpresa quando, voltando à garagem no térreo, hoje a entrada da Casa dos Contos, contando minha aventura na escada em caracol, o agente do Correio me disse que ali era muito perigoso por ser uma passagem secreta e que ali era uma passagem secreta para a boca do túnel que dali ia até o Palácio do Governador lá na Praça Tiradentes.
Então eu disse que era uma escada sim e que só ia até um andar abaixo; ele me garantiu que não que ela ia até o Palácio; eu disse que era uma escada sim e que só ia até um andar abaixo; ele me garantiu que não que ela ia até o Palácio... e assim ficou sendo para agrada-lo. Mas que era uma escada sim e que só ia até um andar abaixo: - ERA SIM!
Pois bem, assim ficou para todos até , acho 1974, quando fizeram a reforma no prédio e descobriram, o que eu descobrira há anos, que não havia nenhum túnel por ali: era uma escada sim e que só ia até um andar abaixo.
Aproveitei esta minha volta á Casa dos Contos e contei a "minha" história aos funcionários e curiosos que ali estavam.
Uma boa coisa coisa de ter 67 anos e cabelos grisalhos, como tenho, é que sempre há uma plateia para ouvir minhas histórias verídicas.
Da mesma forma, afirmei que ao lado do pátio descendo á esquerda era a Senzala e não cavalariça, como quer alguém por ae.
Naquela época, de minha primeira visita, ali ficavam estocados diversos instrumentos de controle de escravos do período em que ali funcionara a fundição de moedas, a Casa dos Contos de Réis. Ali é que era fundido o ouro, transformado em barras e cobrado o "Quinto dos Infernos" devido á Coroa Portuguesa. E ao lado ficava a Senzala.
Todo esse equipamento histórico também fora removido na tal restauração do prédio, e com ele a verdadeira história foi sendo modelada a novos interesses não tão honestos, do meu ponto de vista. Ali sempre foi SENZALA.
Também fotografei o local onde acharam o corpo do Inconfidente Cláudio Manoel da Costas; que também fora um local sempre fechado á visitação. Um dos pontos mais críticos da biografia do poeta inconfidente é a sua morte. Há mais de duzentos anos que o assunto suscita debates e há argumentos de peso tanto a favor como contra a tese do suicídio.
Os partidários da crença de que Cláudio Manuel da Costa tenha se suicidado se baseiam no fato de que ele estava profundamente deprimido na véspera da sua morte. Isso está estampado no seu próprio depoimento, registrado na Devassa. Além disso, seu padre confessor teria confirmando seu estado depressivo a um frade que trouxe o registro à luz. Os partidários da tese de que Cláudio tenha sido assassinado contestam tanto a autenticidade do depoimento apensado aos autos da Devassa, quanto a honestidade do registro do frade.
Bom, isto é assunto para outro momento. Que Deus mantenha Suas Bênçãos em seus caminhos! Comendador Dom Manoel...
Read moreEm 1797, Macedo, ainda em grande dívida com a Real Fazenda, transferiu sua casa para esta, que a transformou em sede da administração e contabilidade pública da Capitania de Minas Gerais recebendo assim seu nome atual "Casa dos Contos". O Erário Régio acabou confiscando a casa de Macedo definitivamente em 1802.
Utilização como Imóvel Público
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Entre 1820 a 1844, a casa foi ampliada, incorporando à Casa dos Contos a Casa de Fundição do Ouro e a Casa da Moeda, para poder exercer a função de Secretaria da Fazenda no mesmo local ocupado pelo Tesouro Nacional.
No ano de 1897, com a transferência da capital do Estado para Belo Horizonte, o imóvel passou a ser ocupado simultaneamente pelos Correios e pela Caixa Econômica, nas áreas antes destinadas às repartições fazendárias. Com isso o monumento recebeu várias modificações. Em 1970, a Prefeitura Municipal ocupou o prédio. Por fim, no ano de 1973, o Ministério da Fazenda assumiu novamente o imóvel e o transformou em um Centro de Estudos do Ciclo do Ouro, com a finalidade de mostrar a história econômico-fiscal do Ciclo do Ouro. Após o Ministério da Fazenda assumir o local e transformá-lo em museu, diversos acervos históricos foram filmados, fotografados e escritos, com o objetivo de disponibiliza-los para pesquisas e elaborações de trabalhos sobre o Ciclo do Ouro, a história de Minas Gerais e do Brasil.
Restauração e Conservação
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O prédio já passou por uma restauração completa. No processo, foram encontradas algumas pinturas debaixo de forros e em paredes e algumas estruturas e detalhes arquitetônicos anteriormente perdidos. Dentre as modificações feitas no prédio durante a restauração estão modificações no telhado que buscaram reforçá-lo e, ao mesmo tempo, manter a aparência do projeto original de Macedo. Foram instalados pára-raios, tensores, extintores de incêndio, passarelas e iluminação sobre o telhado.[2]
A casa dos contos é tombada pelo IPHAN, Registrada no livro Belas Artes, Inscrição: 348 Data: 09 de janeiro de 1950.
Registrada no livro Histórico, Inscrição: 263 Data: 09 de janeiro de 1950.
O Museu
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Em uma das salas no segundo piso funciona o Ceco – Centro de Estudos do Ciclo do Ouro, que reúne mais de dois milhões de documentos originais da época do Ciclo do Ouro. Uma outra sala é a Casa de Fundição, que mostra como era feito esse processo de fundir, bem como a cunhagem do ouro naquela época. Nesse espaço vemos também a história das moedas no Brasil Colônia e Império e também a evolução do processo de fabricação e cunhagem.
Existe no museu uma sala em homenagem a Claudio Manoel da Costa. Hoje a sala serve como base para a exposição de arte local.
No porão da casa, na suposta senzala, estão expostos peças ligadas à escravidão.
O Ministério da Economia é responsável pela administração do prédio. A visitação é gratuita e, embora não seja guiada, há funcionários em todas as salas para nos...
Read moreConstruída entre 1782 e 1784, foi utilizada originalmente como residência e "Casa dos Contratados" do arrematante João Rodrigues de Macedo. Em 1789, aquartelou tropas do vice-rei e serviu de prisão nobre de Inconfidentes, como Cláudio Manoel da Costa. A partir de 1792, foi sede da "Administração e Contabilidade Pública da Capitania de Minas Gerais", daí o nome "Casa dos Contos". No início do século XIX, recebeu acréscimos físicos como o destinado à "Casa de Fundição e da Moeda". Ao longo do século XX, funcionou também como sede de diferentes órgãos públicos.
Em 1973, o imóvel foi completamente restaurado e retornou ao Ministério da Fazenda. Foi instalado, então, o Centro de Estudos do Ciclo do Ouro, que propicia, pela pesquisa em microformas, o resgate do estudo da documentação econômico-fiscal do Ciclo do Ouro, abrigando também outros arquivos socioeconômicos e culturais de Minas Gerais. O Centro de Estudos é integrado ainda pela valiosa "Biblioteca Luiz Camilo de Oliveira Netto". No interior do edíficio existem exposições documentais numismáticas da Casa da Moeda do Brasil e do Banco Central do Brasil e outras mostras culturais que, junto ao mobiliário e à singular arquitetura, compõe um rico acervo.
Texto retirado da página prefeitura municipal...
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