Mais uma vez, tive a oportunidade de experimentar as maravilhas da cozinha do Restaurante Universitário da UFPR. O prato do dia? Fricassê de frango. Minha primeira reação foi de estranhamento. O que seria um fricassê? Perguntei a uma amiga, que respondeu "É tipo um Strogonoff." Prontamente, minha percepção mudou. "Gosto de Strogonoff", pensei. Fazendo uma dedução, conclui que as chances eram de que o misterioso "Fricassê" fosse algo apetitoso. Era hora do almoço. Na fila, a ânsia era palpável: todos queriam experimentar o tal do Fricassê. "Dizem que é melhor que Strogonoff!", "Dizem que o Fricassê vai mudar a história da culinária." Eu aguardava ansiosamente, contando os segundos. Na hora de servir o prato, no canto do buffet, por um relance observei a comida: parecia Strogonoff. Chegou a minha vez: serviram-me o Fricassê. Sentei-me à mesa, segurei o garfo, e capturei um pouco daquele incognato que se dispunha no meu prato, ao lado do arroz. Trouxe o fricassê à boca; fechei-a; saboreei. É uma tarde de domingo, na casa da minha avó. É um lugar singelo, porém, extremamente aconchegante. Estou à mesa, vejo minha mãe, minha vó, meus tios e primos. Estamos todos reunidos. Pela janela da sala, um raio solar irrompe, penetra e invade nosso ambiente, envolvendo-o com um calor familiar e carinhoso. Vejo meu prato: à esquerda, arroz, simples, porém excelente em sua perfeita e única branquitude. À direita, pedaços de frango, uns desfiados, sob um molho alaranjado. Vejo o sol, irradiando por aquela janela; o aroma alaranjado, simultaneamente infantil e maternal, daqueles fragmentos iluminados que adentram a sala, e os corações de cada um de nós. O arroz? O símbolo da humildade, da simplicidade e da bondade. Ousei: misturei o arroz e o fricassê. O resultado? Falar sobre um fricassê é tão difícil quanto falar sobre a humanidade. O que é certo? O que é errado? Como devemos evoluir?l Naquele momento, no Restaurante Universitário, retornei a uma memória de um passado longínquo, enterrada pelas adversidades do presente doloroso. Retornei, reencontrei-me. Minha nota? 9/10. Tiro um ponto pois um pedaço estava borrachudo, e a famosa "Vigiar e Punir" apressou a minha saída. Um delicioso prato, um inigualável restaurante, uma inesquecível...
Read moreDepois de passar 40 minutos em uma fila apreciando a bela movimentação urbana da rua Amintas Ribeiro com seus motoristas enfurecidos, digitou seu CPF e passou pelo corredor lotado, prestes a servir-se no buffet. No instante seguinte, seu vegetarianismo iria pelo ralo. Avistou o cardápio, e logo percebeu que escolher a proteína vegana significava comer feijão com feijão (o feijão do arroz e o feijão fradinho mal temperado, ou seria o hambúrguer de feijão seco?). Cedia então ao movimento anti-veganismo do RU Central... Optou pelo frango, para logo entristecer-se mais profundamente: Um pequeno pedaço fora posto em seu prato, e naquele digníssimo buffet não poderia repetir a carne. Depois desse dia repetir-se tantas vezes, teve a infeliz ideia de ler avaliações de tal estabelecimento. Uma nova surpresa e a fossa final. Nas impressões dos colegas, multiplicavam-se cronicas elogiosas, repletas de um tremendo esforço por transparecer requinte literário. Era a sociedade...
Read moreO RU Central não fecha, nem nos domingos, nem nos feriados, com a exceção do final do ano. Sempre tem um cardápio balanceado, muito saudável, não muito mas variado. O RU tem opção vegana, às vezes batata frita e estrogonofe — carnívoros e veganos geralmente se satisfazem muito bem. Pelo fato de ser amplo e passar muitas pessoas por ali, é possível ficar admirando as pessoas belíssimas que sentam e tomam café ou almoçam ou jantam, é possível até mesmo um flerte rsrs.. Os atendentes são muito atenciosos, sempre há alguma pessoa limpando as mesas, etc. E o preço então.. Muito difícil um...
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