Uma pessoa comentou aqui "é uma experiência longe de ser confortável" e eu não pude deixar de concordar, com uma grande dose de humor. Não foi o Zé Celso que disse que a plateia deve viver a peça, assim como os atores, numa grande simbiose? Não sei, mas gosto de pensar que sim.
Não há lugares marcados, então, você pode se sentar onde quiser, onde lhe convir. Aí está o primeiro desconforto: alguém pode, por favor, me dizer onde devo me sentar?! Me ajude a lidar com essa liberdade torturante! rs
O segundo desconforto está no lugar que você escolheu. Dependendo do lugar, por conta da disposição do palco, que é um longo corredor, você precisa fazer um grande esforço para enxergar a peça. O resultado disso, após 3 horas, pode ser o seu pescoço travado, dolorido.
O terceiro desconforto está na peça em si. Até o momento, tive oportunidade de ver duas: Dorival e a Mar e o clássico Esperando Godot. Você vive, sente, em completo transe, a história. É tanta energia visceral demandante que, após o espetáculo, você nem sabe mais de onde vem e para onde vai.
Por conta disso, estou louca pra voltar a sentir esses desconfortos novamente no Teatro Oficina! :-)...
Read moreHavia muitos anos que queria conhecer o teatro oficina. Sua proposta é totalmente diferente. Dependendo de onde você sentar vai ter uma visão completamente diferente. Assistir a uma peça lá está longe de ser uma experiência confortável, é um galpão meio improvisado. Assistir a 2h30 de peça sentado em um banco de madeira se esforçando para visualizar tudo que ocorre na "passarela" sentando meio de lado.
Confesso que não entendi tão bem a proposta da peça "Mutação da Apoteose", mas achei que a montagem linda, bem musical, muito lúdica, os artistas te acolhem, se aproximam e interagem. Esperava algo ainda mais interativo pelo que sempre ouvi falar das peças que lá ocorrem, mas acho que não é a proposta nesse caso.
Eles pedem pra que as pessoas se atentem aos seus pertences para não cair algo em quem está nos andares inferiores, mas senti que faltou uma inspeção do local antes de iniciar para averiguar se não deixaram objetos deixados em apresentações anteriores pois tropecei em algo deixado no chão e quase caiu na cabeça da...
Read moreDifícil encontrar palavras e adjetivos apropriados para descrever o “teatro mais lindo do mundo”. Sua arquitetura inovadora e transgressora colocam em cheque qualquer espectador que adentra pela Rua Lina Bo Bardi e caminha pelo “palco/passarela” que corta toda a construção. É de tirar o fôlego os tijolos à vista, as plantas que crescem, o chão batido integrados ao ferro, vidro, madeira e cimento, que constituem a construção. Suas galerias lembram andaimes ou gigantes poleiros de galinha, o que em nada tira a beleza do local. Propositalmente é desconfortável. A experiência catártica é real, pois ninguém que tenha adentrado ao seu recinto sairá incólume aos efeitos catárticos do Teatro Oficina. As longas apresentações acontecem com música ao vivo, um luxo para os dias de hoje. Figurinos e maquiagens sempre impecáveis dão vida a personagens incomuns. Nada destoa com o espaço e a proposta do Teatro, sobretudo a nudez que acontece de forma natural e espontânea entre atores e o próprio público....
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