Por um jornalista, crítico e amante da boa mesa – que saiu de Teresina com destino a muito mais do que apenas um menu de casal.
Inicialmente, seria apenas uma viagem a dois. Um respiro, um destino novo para desbravar junto da minha esposa. Mas Fortaleza, como sempre, sabe transformar qualquer pausa em algo maior. O que começou como uma busca casual por um lugar para jantar, se transformou em uma experiência sensorial, afetiva e – por que não? – inesquecível.
Voltar a essa cidade sem frequência definida sempre me deixa com aquela curiosidade acumulada. Sinto que nunca fico tempo suficiente para explorar todos os cantos, todas as cozinhas. Mas, ao ouvir minha companheira – gastrônoma, crítica nata, turismóloga e mestre na arte de montar planos de viagem – indicar um restaurante discreto, quase íntimo, fui tomado por aquele instinto que costumo ter: “se ela falou, é bom demais pra ignorar”. E foi mesmo.
O BalconY, antes mesmo de ser servido à mesa, já alimentava algo que nos lembrava o início da nossa história. O lugar trazia um ar de lembrança, de recomeço e ao mesmo tempo, de descoberta. Ali, tomamos a decisão de que seria inaceitável não dividir essa experiência – tamanha a coerência entre as críticas que o cercam e a realidade vivida por nós ali, do início ao fim.
Logo de cara, o cardápio enxuto e bem apresentado nos conquistou. Sem rodeios, mas com riqueza de informações, cada prato carregava uma segurança rara. Pedi, de impulso, um Licor 43 para acompanhar a leitura do menu. Café e licor antes da refeição? Talvez, mas quando tudo conspira a favor, até os impulsos acertam.
A cozinha que respeita o ingrediente e quem o saboreia.
Comecei pelas croquetas de carne de sol, uma entrada que já conhecia de outras casas, mas que aqui ganhou destaque absoluto. O garçom Fagner, com um sorriso acolhedor e um "valorize o que é nosso", cravou a recomendação. Porção na medida certa para ser compartilhada, com interior suculento e textura macia, envolta por uma crocância técnica perfeita: fina, sequinha e precisa. O sabor marcante da carne estava equilibrado com o defumado suave do queijo provolone, uma escolha ousada, mas acertadíssima, que trouxe umidade e intensidade.
A dúvida principal do menu ficou entre o risoto de funghi porcini e o porco ao perfume de maracujá. Mas como minha companheira sempre diz, "ratatouille é tua zona de conforto". E não deu outra: fui direto ao Tagliatelle Ratatouille – e que escolha!
O prato vinha em porção generosa, com os vegetais no ponto correto: al dente, vibrantes e com o dulçor natural preservado. O molho, extremamente aromático, remetia ao terroir mediterrâneo, com tomates e azeite (nunca fico satisfeito e sempre boto mais em casos como este) em perfeita emulsão. O tagliatelle, de textura sedosa e firme, carregava com leveza toda a força do prato. Era um prato cheio de tempero, mas sem excessos – daqueles que respeitam o paladar e o tempo do cliente.
E o mais impressionante: mesmo ao dividir o prato, ele não esfriava. A temperatura se mantinha, como se o tempo parasse ali.
Finalizar com afeto também é uma arte.
Para fechar, fomos de sorvete de baunilha com crumble e calda quente de chocolate, e sorvete de queijo com calda de goiabada. Sorvetes incrivelmente cremosos, com leves cristais perceptíveis que indicavam preparo artesanal ou gelato na chapa fria. Nenhum sabor industrial se sobrepunha. Se eram de produção própria, são dignos de prêmios. Se industrializados, são os melhores que já provei.
Mas o momento que sela tudo é pequeno, íntimo e quase cinematográfico: Fagner retorna à mesa, sutil, e sussurra: “Esse sorvete combina com um café”. E ali estava em poucos minutos: o café perfeito, a finalização que não se lê no cardápio. Atendimento personalizado de verdade é isso. É ouvir, perceber, cuidar. (...) Mais críticas...
Read moreINCRÍVEL! Amei o steak tartar clássico, um dos melhores, senão o melhor que eu já comi (e olha que já comi uns 87.327 tartares de todos os lugares que vou/moro). Vem com uma tortilha maravilhosa, leve, que eu acabei comendo puro além da própria carne bem temperada, sem exageros. NOSSA! Queria mto que fosse em SP!! Minha foto não faz nada jus ao prato.
E o fetuccine com o molho de mexilhões ao vinho, com outros frutos do mar, NÃO TO CONSEGUINDO ESCREVER SEM FICAR COM FOME. Maravilhoso!!!!!!!
E o serviço foi impecável, lugar com ambientação mais intimista, parece bem bacana pra casal. Fui sozinha e gostei porque não estava barulhento, luz baixa, música ambiente num volume agradável (e as próprias músicas eram bacaninhas, pareciam uma versão meio lofi de músicas famosas) e os garçons me...
Read moreSó tenho elogios, atendimento impecável tanto do Miguel quanto do outro garçon (infelizmente esqueci o nome) que estavam ontem, super atenciosos e prestativos, pedimos de entrada mexilhões e o trio mediterrâneo, e que entrada excepcional, o polvo estava de se comer orando haha, e aquele caldo dos mexilhões estava maravilhoso, de principal pedimos magret de Pato (que meu namorado simplesmente amou muito, cada mordida fechava os olhos pra saborear kkkkk) e eu pedi o ragu de cordeiro muito bem servido, as comidas valem o preço pois vem em bastante quantidade e em qualidade também, amamos o local, bem aconchegante, a música ambiente dava a sensação de que estávamos em um bistro na França, comemorar dois anos de namoro nesse local foi...
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