O memorial traz através de fotos, vídeos e principalmente de objetos, a origem e evolução dos ofícios e das artes no Brasil. A origem, evolução, e o modo de se exercer determinada arte ou ofício é "contada" através dos muitos objetos (que parecem ser originais e se não são podemos dizer que se tratam de réplicas muito bem feitas) empregados por aquela arte ou ofício no desempenho de suas atividades. Realmente há uma grande variedade de objetos para ilustrar cada um deles. Há também muitos equipamentos de multimídia bem interativos próximos à exposição dos objetos com muitas informações, histórias e curiosidades sobre eles e seu emprego no determinado ofício. Isso faz com que você realmente aprenda e entenda sobre o que está vendo ali. Entretanto, a sinalização dos objetos e o volume (muito baixo) dos equipamentos de multimídia deixam um pouco a desejar, mas nada que diminua a qualidade da exposição que é muito encantadora. Quanto à sinalização dos objetos, vale ressaltar também, que a descrição na etiqueta explicativa dos mesmos muitas vezes não traz a informação de para que serve e como é/era utilizado. Essas informações, na maior parte das vezes, podiam ser encontradas depois, diluídas no material audiovisual, textual, iconográfico e fotográfico, mas seria interessante se a informação viesse imediatamente após a visualização do objeto. A forma com que o acervo está distribuido é bem didática e organizada. A exposição está toda dividida por tipo de ofício: dos transportes, da navegação, do metal, do fogo, do alumínio, etc. O atendimento dos profissionais é excelente. Estão sempre dispostos a esclarecer e explicar sobre qualquer dúvida em relação à exposição e ao acervo. O lugar é bem limpo e o prédio é muito bonito. Funciona na antiga estação de trem e até hoje, tanto o trem de carga quanto de passageiros, passa entre os prédios, que é composto por dois anexos. Você se sente numa estação de trem enquanto visita a exposição, o que dá uma sensação boa de volta ao tempo. É preciso ir com muito tempo se quiser aproveitar ao máximo todo o conhecimento e aprendizado que o memorial oferece sobre as artes e ofícios que até hoje são bases de estruturação da nossa sociedade ou são responsáveis pelo surgimento de muitas profissões. E vale muito a pena disponibizar deste tempo! A exposição...
Read moreExcelente. O impacto das representações de arte e ofício foram acompanhadas de muita satisfação. Visitei o Museu de Arte Ofício, no período de integração com o Encontro Permanente de Museus Universitários que aconteceu na Universidade Federal de Belo Horizonte. “Não queremos ver um Brasil pequeno e outro grande, já feito. Não! “Queremos isto sim, descobrir como é que eles se ligam entre si; como é que cada um depende do outro, e como os dois formam uma realidade única que existe concretamente naquilo que chamamos de pátria.” (...) “Tudo isso nos leva a descobrir que existem dois modos básicos de construir a identidade brasileira: o fazer o Brasil, num deles, utilizamos dados precisos; as estatísticas demográficas econômicas, os dados PIB, PNB e os números da renda per capita e da inflação, que sempre nos assusta e apavora. Falamos também dos dados relativos ao sistema político e educacional do país, apenas para constatar que o Brasil não é aquele país que gostaríamos que fosse. Essa classificação permite construir uma identidade social moderna, de acordo com os critérios estabelecidos pelo Ocidente europeu a partir da Revolução Francesa e da Revolução Industrial”, quantitativos e claros. É assim, sabemos e descobrimos com surpresa, que algumas sociedades se definem. “Realmente, a Inglaterra, a França, a Alemanha e, sobretudo, os Estados Unidos são quase exclusivamente definidos por meio deste eixo classificatório que é, ele mesmo, invenção sua” (Damatta,...
Read moreO Museu de Artes e Ofícios é um museu brasileiro localizado na cidade de Belo Horizonte. Inaugurado em 14 de dezembro de 2005, é o primeiro empreendimento museológico brasileiro dedicado integralmente ao tema do trabalho, das artes e ofícios no país. Com 9.000 m² de área, o museu está instalado no conjunto histórico da antiga Estação Central da Estrada de Ferro Central do Brasil, na Praça Rui Barbosa, mais conhecida como Praça da Estação e da antiga Estação Belo Horizonte da Estrada de Ferro Oeste de Minas. No mesmo local funcionam ainda hoje uma estação de metrô e um ramal ferroviário. É um dos museus mais bem estruturados do Brasil em termos de organização, estrutura para as exposições e uso de recursos audiovisuais.
O museu é uma iniciativa do Instituto Cultural Flávio Gutierrez e foi desenvolvido a partir da doação ao patrimônio público de uma coleção de mais de 2.000 peças, dos séculos XVIII ao XX, pela empreendedora cultural Angela Gutierrez, que também atuou na formação do Museu do Oratório, em Ouro Preto.
A coleção mostra a riqueza da produção popular na era pré-industrial: os fazeres, artes e ofícios que deram origem às profissões contemporâneas. Ao percorrê-la, com o suporte de recursos museográficos e de ações educativas, o visitante poderá ver um amplo painel da história e das relações sociais do trabalho no Brasil, nos últimos...
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