No ardor inclemente de um fevereiro que se desdobrava em labaredas líquidas sobre o asfalto derretido da existência urbana, partimos nós, arquétipos do labor técnico-científico da Gerência de Engenharia e Qualidade, em procissão quase ritualística, acompanhados dos veneráveis confrades do PMO, para rendermos tributo ao efêmero ciclo solar que marcava mais um ano na jornada terrena do enigmático Lucas — esse ser cuja presença se inscreve nos interstícios da memória como uma palimpséstica reverberação de companheirismo.
O destino escolhido para tal celebração não era senão o restaurante Julí, enclave gastronômico até então alheio às minhas incursões sensoriais. Ao transpor o umbral daquele espaço, fui imediatamente subjugado por uma atmosfera onde o ar condicionado — metáfora do alívio moderno diante do ímpeto solar — se mesclava a uma estética de assepsia arquitetônica, cujas linhas e volumes, despidos de ornamentos supérfluos, evocavam o silêncio geométrico das utopias minimalistas. O espaço parecia sussurrar uma ode à contenção, onde o vazio é tão eloqüente quanto o cheio.
Lá, diante de um buffet que se descortinava como um palimpsesto de possibilidades culinárias, deparei-me com a angústia da escolha, esse labirinto ontológico onde cada decisão é um não-dito para infinitas outras. Munido da resignação dos que sabem da finitude do próprio estômago, selecionei fragmentos de um banquete que poderia, em outro universo, ter sido outro: um steak tartare cuja tessitura de sabores se erguia como um poema não declamado, sua crueza uma ode ao primitivo, ao indomado, ao pré-cozido da existência; um linguado, etéreo em sua fragilidade, que desmanchava-se como névoa entre dentes, sussurrando memórias líquidas de abismos marinhos; um risoto de cebola caramelizada e funghi, alquimia onde o dulçor melancólico da cebola encontrava a umidade terrosa do fungo, criando um diálogo sensorial entre o que cresce à luz e o que prospera na sombra; e, por fim, um pastel doce de banana, epifania gustativa que transcendia a mera doçura, alcançando um patamar onde o banal se metamorfoseia em relicário da memória ancestral.
O serviço, expressão quase litúrgica da hospitalidade, manifestou-se com a diligência de quem decifra vontades antes mesmo de sua formulação consciente, um oráculo de gestos que antecipa a sede antes da secura da garganta.
O veredito financeiro, cifrado em noventa e três unidades monetárias e sessenta e sete centavos, surgiu não como um preço, mas como um tributo simbólico à efemeridade da experiência vivida — metáfora contábil de um instante que, já no momento de sua fruição, começava a se dissolver no pântano do tempo.
Assim sendo, o Julí inscreve-se, com tinta indelével e retórica cerimonial, nos anais das odisseias gastronômicas da GEQ, não como mero repositório de sustento, mas como um espaço liminar, onde o ato de comer transcende o metabolismo e se converte em hermenêutica do prazer. Contudo, dada a aritmética implacável da economia cotidiana, sua visitação será reservada aos ritos excepcionais, quando o ordinário da existência clama por um interlúdio de esplendor gustativo, digno da celebração da própria...
Read more[ATUALIZADO SETEMBRO 2023] • O Julí é um restaurante que tem em alguns locais em SP, mas essa unidade de Moema funciona com buffet livre no almoço e a la carte no jantar • O local é novo, amplo e agradável • Os atendentes são super educados e atensiosos • Fui no horário de almoço de uma sexta, cheguei umas 12:40 e tive que aguardar um pouco na fila. É só dar o nome à atendente na porta e aguardar. Não está indicado, mas a entrada é apenas pela porta principal porque tem esse controle de mesas em ordem de chegada e eles colocam a placa de ocupado nas mesas. Vi várias pessoas entrando pela porta lateral procurando mesa pra sentar já lá dentro, mas tem que passar com a recepcionista antes • O buffet all you can eat de meio de semana (R$65 por pessoa + 13% tip = R$73) é variado com bastante opções de saladas e pratos mais leves. No dia que fui tinha uma opção de peixe, uma de frango e uma de carne apenas - pelo valor, acho que podia ter mais e melhores opções de carnes. Eles também tem uma parte onde vc pode pedir o preparo de uma massa na hora - eu não pedi porque preferi comer as opções do buffet mesmo. Tudo muito saboroso e bem preparado, com reposição contínua. • No final me deram um mini copinho de brigadeiro de colher, que estava gostoso, mas confesso que pelo valor também podiam incluir buffet de sobremesas, como vários outros rests da região o fazem (inclusive com um valor bem menor e qualidade equiparável) • De modo geral a experiência foi bem agradável e pretendo voltar mais vezes. Vale a pena conhecer!
Preço: Setembro 2023
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Read moreO Juli abriu a pouco tempo e estávamos super ansiosos pra conhecer. O restaurante é super charmoso e tem um clima bem agradável. Fomos em uma terça feira à noite para o jantar e fomos atendidos pelo Rick e pela Tamara, que foram incríveis. Rick ajudou a gente com os pedidos, fez as recomendações e acabamos pedindo de entrada os pães da casa (R$ 18), que são uns pedaços de massa pizza temperados com azeite, alho, alecrim. São uma delícia, vem quentinhos e a massa é feita lá. Aliás, tudo é feito lá. Além dos pães, pedimos um steak tartare (R$ 67) que estava bem gostoso, acompanhava fritas e salada. Já estávamos quase satisfeitos na entrada, mas de prato principal pedimos um prato do dia que era um filé mignon coberto com queijo brie gratinado e risoto de açafrão (R$ 95) e ravioli de abóbora com queijo canastra (R$ 44) estavam bem gostosos também. Queríamos ter experimentado a sobremesa mas acabamos não aguentando, porque trouxeram pra gente experimentar também um pedacinho do pão de calabresa, que estava sensacional. No total, a conta saiu R$ 263 para duas pessoas, mas pedimos a mais. Com certeza voltarei e...
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