Mosteiro de Santa Clara-a-Velha — Attraction in Coimbra

As Patrícia and I continued our Rota de Inês e Pedro, we found ourselves at the Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, a hauntingly beautiful ruin that sits by the banks of the Mondego River. This ancient Gothic monastery, intertwined with the same tragic romance we had been tracing through our journey, felt like a quiet echo of the past.

Constructed in the early 14th century by Queen Isabel of Aragon, it was a place of refuge and contemplation for the nuns of the Order of St. Clare. But its proximity to the Mondego, while initially advantageous, led to centuries of flooding, making life unbearable for its inhabitants. These cyclical floods, which repeatedly submerged the cloisters and church, ultimately forced the community to abandon it in the 17th century .

The floods, however, have left behind more than just ruins—they’ve woven a certain melancholic charm into the stones. Wandering through the vast cloister, the largest Gothic cloister in Portugal, we felt the weight of history. Archaeological excavations have revealed a wealth of artifacts, now housed in the Interpretative Centre, offering a glimpse into the lives of the nuns who once walked these same halls .

What makes this place truly unique, though, is the Paço Real, where Queen Isabel lived, and the fact that it’s one of the rumored locations of Inês de Castro’s murder. Standing on these grounds, it’s easy to imagine the tense political atmosphere that surrounded Pedro and Inês’s love .

Today, the site has been lovingly restored, and its intricate Gothic architecture shines through despite its turbulent history. The sense of time passing—slow, steady, and sometimes violent—is palpable here. The center’s permanent exhibition adds another layer, presenting everyday objects from the nuns’ lives, which makes you feel like you’re stepping into another world .

For us, the visit was both contemplative and surreal. Walking through the cloisters and ruins, we couldn’t help but reflect on how this site, like the love story of Pedro and Inês, has endured despite the many forces trying to erase it.

Tip: Don’t miss the Interpretative Centre—seeing the artifacts helps piece together the history, and the view of the river from the ruins is particularly striking...

The Mosteiro de Santa Clara-a-Velha in Coimbra is a truly unique and evocative site, distinguished primarily by its state of ruin and its ongoing battle with the Mondego River's floods. Unlike its "new" counterpart, this monastery represents a powerful testament to the forces of nature and the resilience of history.

What makes it unique is its preserved Gothic ruins, particularly the church and cloister, which offer a rare glimpse into medieval monastic life. The continuous flooding over centuries led to its abandonment, and archaeological efforts have since unveiled its lower levels, now protected by a modern containment system. Visitors can literally walk through the excavated parts of the monastery that were once submerged.

Its association with Saint Queen Isabel of Aragon, who personally championed its rebuilding and later resided here, imbues it with profound historical and spiritual significance, even though her tomb was eventually moved to the new monastery. The interplay between the restored structures, the visible water lines on the walls, and the interpretative center that explains its unique history of inundation makes Santa Clara-a-Velha a captivating and singular experience of architectural...

O Mosteiro de Santa Clara de Coimbra, popularmente conhecido como Convento de Santa Clara-a-Velha, localiza-se na margem esquerda do rio Mondego, freguesia de Santa Clara, na cidade, concelho e distrito de Coimbra, em Portugal. Representa um momento de experimentação do estilo gótico no país. A sua fundação, em fins do século XIII, inscreve-se numa conjuntura de gradual influência e aceitação da Ordem dos Frades Menores na Corte e na sociedade portuguesa em geral. O arquitecto-régio responsável pelas obras foi o mestre Domingos Domingues, que trabalhou igualmente no claustro do Mosteiro de Alcobaça. Tendo falecido em 1325, foi substituído pelo mestre Estevão Domingues. É sob a orientação deste que se concluem as obras da igreja e se inicia a construção dos claustros do Mosteiro de Santa Clara, entre 1326 e 1327. Os claustros eram abastecidos por um cano de água vindo da Quinta do Pombal (atual Quinta das Lágrimas).

Tendo D. Dinis de Portugal falecido em 1325, pouco depois da sua morte, D. Isabel recolheu-se ao Mosteiro, tomando o hábito das Clarissas mas não fazendo votos, o que lhe permitia manter a sua fortuna, que usava para a caridade. Fez o seu testamento em 1328, nele tendo deixado expressa a sua vontade em ser sepultada no Mosteiro, legando bens e recursos para a construção de uma capela, para as obras do convento, e para o mantimento das Donas. Viria a falecer em Estremoz, em 4 de Julho de 1336. A vida do Mosteiro ficou marcada, ao longo dos séculos, por sucessivos alagamentos provocados pelas cheias do Mondego, o primeiro dos quais já em 1331, um ano após a consagração do templo, que anunciou uma difícil convivência com as águas. A solução encontrada ao longo dos séculos foi o sucessivo alteamento do piso térreo até que, no século XVII as religiosas se viram forçadas a construir um piso superior ao longo do templo e a desocupar o inferior, o que sucedeu igualmente nas demais dependências do Mosteiro. No entanto, a deterioração das condições de habitabilidade levaram à construção, por iniciativa de D. João IV de Portugal, de um novo edifício no vizinho Monte da Esperança - o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova. Abandonado definitivamente pela comunidade de religiosas em 1677, o antigo mosteiro passou a ser conhecido como Santa Clara-a-Velha. Após o abandono, o mosteiro e o seu entorno deram lugar a uma exploração agrícola, passando a parte superior do convento a ser utilizada como habitação, palheiro e currais. No início do século XX, foi classificado como Monumento Nacional por Decreto de 16 de Junho de 1910, e sujeito a extensa campanha de obras de restauro por iniciativa da DGEMN a partir da década de 1930. Ainda assim, o conjunto continuou a ser vítima das águas do rio. Nesse espaço desocupado, imerso nos sedimentos que apenas deixavam visível a parte superior da igreja, criou-se uma imagem de ruína aureolada de romantismo, que se manteve até à década de 1990. Em 1991 foi iniciado um ambicioso projecto de recuperação e valorização do seu sítio, com orçamento na ordem dos 7,5 milhões de Euros, sob a coordenação do Arqueólogo Artur Côrte-Real. A campanha arqueológica estendeu-se entre 1995 e 2000, colocando a descoberto a parte inferior da igreja e o claustro, permitindo recolher um espólio significativo, testemunho material do passado conventual. Decidida a manutenção a seco do perímetro escavado (1977), foi construída uma cortina de contenção periférica das águas, primeiro passo para a reabilitação do sítio. Ficou ainda incluída uma importante área de reserva arqueológica, compreendendo o segundo claustro e dependências anexas, dormitório e refeitório, a serem...