Em uma terça-feira cuja atmosfera paulistana resplandecia tímida após o interregno pluvioso que ceifara por dias o fulgor solar, findamo-nos nas adjacências de Moema — bairro de verve cosmopolita e trânsito simultaneamente vertiginoso e contemplativo — com o escopo de consagrar, por meio de uma visita empírica, novos estabelecimentos gastroambientais dignos de homologação para o refeitório itinerante de nossa célula laboral.
Fomos, por uma intuição que flertava com a heurística sensorial, impelidos a adentrar os umbrais do Abruzzo Trattoria, cuja afluência pregressa nos despertara interesse quase litúrgico. A incursão ao recinto se deu às 12 horas e quinze minutos post merídiem, sendo que, para nossa surpresa, ainda existia vacância mobiliária para recepção dos convivas.
A comensalidade instaurou-se segundo o preceito democratizante do buffet livre, prática que amalgama liberdade de escolha com o risco ontológico do engano gustativo. No enclave destinado às iguarias frias — a saber, as saladas — destacou-se com estoicismo um pão italiano ao alho cuja crocância evocava reminiscências de fornos ancestrais, ainda que o restante da oferta se situasse no espectro semântico do insípido, orbitando o limiar do trivial disfarçado de variedade.
Quando aportei no setor das viandas quentes, debrucei-me com esperança quase épica sobre um risoto de funghi, aguardando a explosão umami e a textura cremosa que reverberasse os paradigmas transalpinos do prato. Ao contrário, fui recepcionado por uma tessitura gustativa artificial, cuja essência parecia advinda de um consórcio entre aditivos alimentares e desilusão temperada. As demais opções — inócuas em seu desempenho — não lograram justificar o frisson populacional anteriormente testemunhado.
O serviço, ainda que circunspecto e polido, apresentou um epílogo surreal: ao término da refeição, foi-nos imputada a tarefa de peregrinar até os confins do recinto, mais especificamente às imediações da cozinha, para efetuar o pagamento — ação que evocava a simbólica travessia do consumidor ao território do labor culinário, como se estivéssemos prestes a empunhar esponjas e detergentes.
Tal rito final, impregnado de uma sensação de confinamento e desorganização estrutural, foi coroado pela insólita descoberta de que não se aceitavam meios de pagamento digitais de crédito, tampouco vales-refeição — anacronismo que se apresenta como um paradoxo inaceitável frente à ubiquidade tecnológica hodierna e à fluidez das transações monetárias contemporâneas.
Ao egressarmos, imersos em um torpor reflexivo, não logramos elucidar o fenômeno de popularidade que envolve tal estabelecimento. Aparentemente, ele habita um vórtice de preferência coletiva indecifrável, pois restam alternativas mais aprazíveis, arejadas e economicamente equivalentes ou até mais benignas em seu...
Read more[ATUALIZADO OUTUBRO 2024]
• O Abruzzo é um restaurante de buffet a vontade que abre apenas pra horário de almoço • O buffet é enxuto porém super suficiente porque as opções são ótimas contando com saladas, 2 tipos de massas, arroz e 2 opções de carne em geral e uma sobremesa • Como é um buffet a vontade, no meio de semana o valor é R$42. Fui almoçar na quarta e às quartas tem uma feijoada ótima! O que estava muito bom que vale a pena experimentar são: torrada com queijo, salada com carpaccio e abobrinha empanada - que já são bem conhecidos pelo pessoal que frequenta. De sobremesa você pode pedir ao garçom abacaxi ou mamão com sorvete de creme ou sem. A comida em geral é muito saborosa e bem preparada. A relação custo benefício é ótima! • Existe a opção de fazer uma marmita pra levar ao invés do buffet livre (R$82/kg) • O lugar é simples e até comporta uma quantidade boa de pessoas, mas em horário de almoço o fluxo de pessoas é bem alto, então pode ser que se você chegar um pouco tarde tenha que esperar na fila • Não aceitam cartão de crédito, não tem 10% • Vale super a pena conhecer e com certeza voltarei!
Preços: Setembro 2023
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Read moreNão sou cliente assídua, mas estive no local por umas três vezes. Hoje marquei de almoçar com uma amiga, pois gostei da comida e serviço das últimas vezes. Porém hoje, fui assediada pelo chef de cozinha, um senhor moreno.
Eu estava na fila para ser servida quando ele me cumprimentou, até aí nada anormal, pelo menos pra mim, porém ele fez um comentário do tipo está maravilhosa, mas como não entendi pelo barulho do local, cumprimentei por educação. Aliás, das ultimas vezes ele saiu da cozinha, para checar o buffet e cumprimentava a todos do local normalmente.
Resolvi me servi pela segunda vez e ele simplesmente passou a cantarolar ao meu lado enquanto checava o buffet a seguinte frase: "Você é uma diva, é uma maravilhosa, gostosa". Isso tudo do meu lado e me olhando. Até que eu me irritei e disse que ele estava me constrangendo. E a resposta dele foi que ele estava apenas cantando. Que ele adora, cantar. Primeiro, não existe música com esses dizeres, segundo ele estava me assediando, sim! Por que ele me olhava com cara de predador. Um horror!
Nunca mais retorno...
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