Actualmente ocupado pelo Instituto Hidrográfico da Marinha, é um dos muitos antigos conventos de Lisboa, e mais um exemplo de um prédio de elevado valor histórico que sofreu muito devido a décadas de má gestão estatal.
O convento nasceu da piedade de um rico casal de mercadores flamengos que tinha aqui umas casas e uma capela, que legou para fazer um convento. A obra teve início em 1657 e arrastou-se quase cinquenta anos. Por isso, as freiras aceitaram, em 1662, a doação de dois casais (Boa Vista e Buenos Aires, nomes preservados na toponímia à volta) pelos Duques de Cadaval, em troca do direito perpétuo para fazer entrar duas freiras (isto é, quando os duques tivessem uma filha ou tia solteirona, tinha vaga neste convento). Com isto, o convento adquiriu uma cerca de quinze hectares. Mas o que ajudou a alavancar a obra foi a ajuda de benfeitores, em especial os 50 mil cruzados dados por D. Maria Madalena de Távora, condessa de Redondo, que aqui se recolheu mandando fazer uma ala só para si. A construção terminou em 1713.
O terramoto de 1755 danificou-o, mas não o derrubou. As freiras acamparam na cerca e depois foram para uma casa emprestada à Portela de Sacavém até Janeiro de 1757. As obras acabaram em 1760, data inscrita na padieira da porta da antiga capela, e foi tudo pago por benfeitores e pelo dinheiro das rendas e foros pagos por umas casas que as freiras autorizaram em parte da sua cerca. De facto, e apesar da beatitude de reis como Dona Maria I, que fez cinco visitas ao convento (1778, 1782, 1784, 1785 e 1790) para missas solenes, nunca teve ajudas da Coroa.
Em 1834, com a extinção das ordens religiosas, o convento foi autorizado a perdurar até morrer a última religiosa e, em 1859, as autoridades fizeram a primeira relação dos bens do convento, que tinha 341 propriedades, tanto no entorno quanto fora de Lisboa. A cerca foi avaliada em duzentos mil réis. A capela tinha azulejos, um enorme acervo de pinturas e cinco altares de talha dourada. O convento, de três pisos, tinha claustro, portaria, noviciado, enfermaria, uma sala de costura (com um pequeno altar) e a sala do capítulo, tudo decorado com um vasto conjunto de azulejos barrocos. Tudo somado, valia dez contos.
Em 1864, o convento tinha quatro freiras e o ministro da Justiça, Gaspar Pereira da Silva, mandou extinguir o convento e pagar uma pensão anual de vinte mil réis a cada freira. Elas, porém, resistiram. Por sua vez, a duquesa de Cadaval interpôs uma acção para reivindicar a posse da cerca e das rendas das casas ali feitas, alegando que a doação de 1662 tinha uma cláusula na qual podia ser anulada se o convento fosse extinto, como era o caso. Deste modo, a extinção arrastou-se de tal maneira que as freiras puderam morrer no convento, expirando a última a 14 de Janeiro de 1878. Só então pôde a Fazenda Pública tomar posse dos bens, entregando as alfaias de culto ao Patriarcado. O resto quase foi a hasta pública: à vigésima quinta hora, o prédio foi cedido às Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, mantendo-o como convento.
Em 1910, as tropas republicanas expulsaram as Franciscanas do convento. O dormitório foi desmantelado para servir de prisão e tribunal após as Incursões Monárquicas de 1912. A partir daí, foi dividido para acomodar várias funções: a oficina de um pintor, um posto médico, uma ala de internamento para as vítimas de febre tifóide, a Escola Preparatória Rodrigues Sampaio, a Escola de Comércio Ferreira Borges, a Mocidade Portuguesa Feminina, a Assistência aos Tuberculosos, etc. Mas a utilização principal foi como arquivo de repartições do Estado. Em 1939, o Governo decidiu fazer obras no prédio para o converter em arquivo, decisão contestada por políticos que preferiam demolir tudo. A obra prosseguiu até 1951 sem ficar terminada, descaracterizando muito o interior e quase fazendo desaparecer a capela. Além dos danos, regista-se a dispersão do espólio artístico, com peças dispersas por um punhado de museus. Em 1969, foi dado à Marinha a fim de aqui se instalar o Instituto...
Read moreSuperbe acceuil parle français anglais .... Très bon contact ....explication des cocktails bonne musique très bonnes ambiances pour ceux qui aiment boire des cocktails dans une ambiance assez romantique calme à y aller les yeux fermés Que des...
Read moreRichly tiled 18th century convent. Portuguese Navy's...
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